EDUCAÇÃO - Um dispositivo que auxilia pessoas com deficiência visual ao emitir sinal sonoro a 50cm de algum obstáculo e um drone comandado p...
EDUCAÇÃO - Um dispositivo que auxilia pessoas com deficiência visual ao emitir sinal sonoro a 50cm de algum obstáculo e um drone comandado por voz. Estas são as invenções de estudantes do Educandário Senhor do Bonfim e do Cefet de Nova Iguaçu, respectivamente, que participam da mostra de finalistas da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), promovida pela Universidade de São Paulo (USP) na categoria de “engenharias”. A Febrace conta, este ano, com 497 projetos finalistas de estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de todo o país. Seis projetos da Baixada estão entre eles.
Nas oficinas de robótica da professora de física Érika de Carvalho do Educandário Senhor do Bonfim, em Japeri, nasceu o protótipo do dispositivo que auxilia a mobilidade de pessoas com deficiência visual ao emitir sinais sonoros para indicar a proximidade de algum obstáculo.
O protótipo foi desenvolvido pelas alunas do curso técnico de enfermagem Yasmin Soares e Ariele dos Santos, ambas de 15 anos, e a aluna do curso técnico em administração Jamilly de Souza, de 16 anos, quando elas ainda estavam no nono ano do ensino fundamental, ano passado. O processo de construção do protótipo levou cerca de quatro meses.
— A gente pensou em desenvolver algo sustentável ou que fosse viável para a sociedade e na discussão chegamos à ideia de montar algo para pessoas com deficiência visual — diz a professora Érika.
Um grupo do colégio Bonfim de Japeri criou um sistema para ajudar as pessoas cegas a andarem na rua, com um sensor que avisa possíveis obstáculos
Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
O dispositivo foi testado por uma vizinha da professora que tem deficiência visual e avaliou como positiva a funcionalidade do produto. Alunos da escola também colaboraram nos testes. As estudantes desenvolveram duas versões do protótipo e pretendem incrementar um sensor vibratório e aumentar a distância utilizada para emitir o sinal sonoro. O custo do produto foi de R$85.
Para desenvolver o dispositivo, o grupo levou em conta a questão financeira na escolha dos materiais para viabilidade do produto.
— É algo simples. Não adianta ter algo inclusivo para deficientes visuais, mas que não inclui as pessoas que não têm condições para comprar algo caríssimo — diz a estudante Ariele.
Já no Cefet de Nova Iguaçu, o trabalho finalista dos estudantes do último ano do curso técnico de automação industrial Guilherme Rodrigues da Silva e Carlos Eduardo dos Santos, de 18 anos, e de André Ricardo Mendonça, de 17 anos, do segundo ano, foi o desenvolvimento de um programa para comandar drone por voz.
Sob orientação do professor de física Luiz Leonardo dos Santos Oliveira, os estudantes criaram um circuito eletrônico virtual que simula o drone e o comando de voz é ativado por um aplicativo em um celular por meio de conectividade bluetooth. Assim, é possível controlar a direção e a velocidade. O próximo passo é o desenvolvimento do protótipo físico que está estimado em R$264, sem levar em conta os custos do drone.
— Os drones são controlados por controle remoto, só que no caso de uma pessoa que tem deficiência física ou em uma área industrial em que o trabalhador esteja usando as mãos e necessite controlar um drone, a gente fez esse projeto para que a pessoa pela voz possa controlar o drone — explica o professor Luiz Leonardo.
Um grupo do CEFET - Nova Iguaçu criou um sistema que comanda
Drones por sistema de voz Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Ano passado, a escola ganhou uma medalha de ouro e duas de bronze na Olimpíada Brasileira de Robótica, além da medalha de mérito nacional, que foi conquistada por 11 alunos, entre eles Guilherme Rodrigues. Assim como a escola de Japeri, é a primeira vez que os alunos participam da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, que acontece de forma virtual.
— Minha expectativa com a Febrace é obter conhecimento em diversas áreas, não só da minha área, mas com projetos de outros alunos que estão participando — diz Guilherme, que já terminou o ensino médio e este ano começa a faculdade na mesma área do curso técnico, também no Cefet.
Outros quatro projetos de escolas da Baixada Fluminense participam da Febrace nas áreas de educação, ecologia, sociologia e nutrição em São João de Meriti e Duque de Caxias. Além da banca avaliadora, os projetos da Febrace também serão premiados por votação popular. O vencedor será o que tiver mais visualizações no Youtube na Mostra Virtual. A cerimônia de premiação acontece no dia 26 de março às 15h no youtube da feira. Os projetos podem ser vistos no link https://virtual.febrace.org.br/.
Via: Jornal Extra
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