Profissionais da Secretaria de Estado de Saúde (SES) serão apoiadores da Equipe de Atenção Primária Prisional no Complexo Penitenciário de J...
Profissionais da Secretaria de Estado de Saúde (SES) serão apoiadores da Equipe de Atenção Primária Prisional no Complexo Penitenciário de Japeri
JAPERI - O Programa da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) de Japeri receberá mais um apoio para o enfrentamento da tuberculose. Isso porque a Secretaria de Estado de Saúde (SES) incluiu o município no Plano de Fortalecimento das Ações de Controle à Tuberculose.
Como resultado, profissionais multidisciplinares como enfermeiros, assistente social, farmacêutico e sanitarista serão apoiadores da Equipe de Atenção Primária Prisional (e-APP) no Complexo Penitenciário de Japeri. O objetivo é combater, orientar e conscientizar a população carcerária, além de auxiliar na formulação de estratégias, na vigilância da doença, na reorganização dos fluxos e na execução de políticas públicas junto aos gestores.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Drª Ana Luiza Affonso, Japeri é um dos 16 municípios prioritários incluídos no plano. “O recurso obtido a partir da Lei 8746/2020 irá fortalecer as ações preventivas de saúde no município. Iremos manter as atividades já desenvolvidas e construir outras alternativas para a melhoria dos índices epidemiológicos de Japeri”, reforça.
A enfermeira e coordenadora da Saúde Prisional de Japeri, Cirlene de Oliveira Lima Guimarães, conta que a meta é reduzir a taxa de incidência e alcançar maiores índices de cura da doença no município. “Estamos com boa expectativa para disseminar ainda mais o tratamento e aumentar a detecção, oferta de testagem da tuberculose e melhor monitoramento dos casos em tratamento, além de intensificar os cuidados dos pacientes privados de liberdade. É uma urgência que irá salvar vidas”, revela.
Possibilidade de criar soluções em conjunto
Japeri é o local com maior incidência de tuberculose no estado. Em 2021, a taxa de incidência da doença foi de 210 por 100 mil habitantes. É o que diz o enfermeiro do Programa de Controle da Tuberculose, William Gomes de Penha. Para ele, será uma oportunidade de criar articulações dentro e fora dos presídios. “É preciso mudar essa história o quanto antes. Junto da equipe multidisciplinar criaremos um conjunto de medidas que visam reduzir a incidência e a mortalidade pela doença”, diz.
A representante da Gerência de Tuberculose da Secretaria de Estado de Saúde, Ana Cristina de Oliveira e Silva, informa que o Estado do Rio de Janeiro ocupa o segundo lugar no ranking nacional de incidência de tuberculose, sendo o primeiro em mortalidade. Esse dado é muito preocupante. É por isso que o Plano de Fortalecimento das Ações de Controle à Tuberculose inclui os 16 municípios prioritários que juntos concentram 86% da carga da doença no Estado e nos nove municípios que abrigam os estabelecimentos prisionais para fazer uma frente de combate. Quando unimos forças, conseguimos combater de forma efetiva os danos causados pela doença”, conta.
Ela também salienta que a população carcerária é uma das mais afetadas pela tuberculose e o risco de adoecimento destes é 26 vezes maior quando comparado à população geral. “No período de 2015 e 2019, houve um crescimento da incidência no estado, merecendo atenção os casos da população privada de liberdade, com aumento real de 157% dos casos. Isso está associado a diversos fatores complexos como o contexto insalubre das prisões, a super aglomeração de pessoas, além da dificuldade de acesso ao diagnóstico e o estigma da doença.”
A gestora segue informando que todos os fatores listados contribuem para a transmissão e adoecimento não somente das pessoas que estão privadas de liberdade, mas de toda a comunidade carcerária. “Estamos falando também dos trabalhadores do sistema penitenciário, visitantes e familiares. Sabemos que é possível oferecer diagnóstico e tratamento com a estratégia correta. É o que faremos em Japeri”, encerra.
Via: PMJ
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